ESTOU SÓ
Hoje acordo em meus lençóis
Fechada num alpedre de carne sozinha
Meus dedos te tocam. Apanham o ar
Um veludo frio que se embrenha em mim
Estou só...
Mais do que nunca estou só
Abraçada a uma solidão que não vai embora
Que não me deixa viver
Que na minha calmaria me adotou
Estou só...
Apeio-me do ar e penso em ti
O corpo com novo papel, sem escrita nenhuma
Vazio no silêncio, sob as calhas do desespero
Os nervos corroídos pelo choque da tristeza
Estou só...
Que loucura é esta? O que tenho com vocês?
Por que maltratar-me desse jeito?
Por que me puxa? Por que me bate?
Esta solidão, esta tristeza, me deixem...
Estou só...
Na clareira de meu quarto...aqui estou
a tua espera desde que tua partida se aligerou
teu sono é meu sono
Povoados com os sonhos que esqueceste
Dos suspiros que não nasceram
Estou só...
Neste espaço que já foste em mim
e hoje sou um alpedre de solidão
Mas, de meu fogo jorra um afiado lamento
que ninguém escuta, ninguém vê
Pobre de mim... Talvez num vento me ouças
Estou só....
Nara Eledi Raphaelli 2000
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
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